ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
Envie para o autor suas dúvidas sobre plantio, colheita e cura da alcaparra e o seu uso no preparo dos pratos.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

58. Trator (3) - Financiamento.


Alguns dias atrás, em decorrência deste blog, recebi um e-mail do qual separo o trecho abaixo:

“Creio que linha de crédito com juro baixo para o produtor rural iniciante inexiste; fomos em busca de crédito pelo Pronaf, mas tem que ter comprovação de 5 anos de atuação e renda. Até questionei o técnico da Emater: o governo abre linha de crédito para manter o homem no campo evitando o êxodo rural; e para aqueles que querem ir para o campo?”

Coincidentemente eu estava tentando financiar um trator. Não sou iniciante uma vez que exerço a atividade há 34 anos, entretanto meu perfil não se adaptava ao exigido para a concessão do financiamento. Os pequenos proprietários em nosso país, diferentemente do que acontece na Europa e EUA, não dispõem de máquinas agrícolas porque são caras e o financiamento bancário é um verdadeiro absurdo, além disso, os tratores pequenos, de até 85 hp, são ultrapassados, verdadeiros dinossauros. Na hora do plantio, após as primeiras chuvas da primavera, todos procuram arar com tratores alugados insuficientes para atender a demanda naquele período.
Para poder arar na hora certa o pequeno proprietário precisa ter seu próprio trator e implementos, ainda que sejam subutilizados. Entretanto, um trator e implementos custam em torno de 145.000 litros de leite! O agricultor não pode pagar os juros dos bancos comerciais que são os maiores juros praticados em todo o mundo, e o governo, através do BNDES, destinou uma linha de credito para melhorar a produção agrícola. A coisa funciona mais ou menos assim: como o BNDES não tem função ou condições de gerenciar diretamente os financiamentos, estes são feitos através dos bancos comerciais que recebem um vultoso numerário pelo qual pagam 3,5% ao ano com carência de um ano e repassam aos agricultores a 6,5%, ganhando, portanto, 3% pelo serviço. Bom não?
Os contratos assinados pelos agricultores, porém, não são muito simples e eu imagino um produtor de leite lendo a fórmula abaixo que poderá se for o caso, alterar o que de mais importante existe na tratativa do contrato, isto é, o interesse.

 
 
 
 
 
 
 

 
Os tratores produzidos no Brasil são exportados e vendidos na Argentina a preços menores que os praticados no Brasil! Isso acontece por que nós pagamos os pesados impostos que recaem em cascata sobre os tratores agrícolas os quais são os verdadeiros geradores da riqueza do país. Esses impostos, por via indireta, vão acabar no BNDES que re-encaminha aos bancos comerciais. Tudo muito racional! (continua)

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