ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
Envie para o autor suas dúvidas sobre plantio, colheita e cura da alcaparra e o seu uso no preparo dos pratos.

sábado, 8 de janeiro de 2011

10. ALCAPARRAS (5)



As sementes poderiam ser descritas com palavras técnicas tais como: embrião, espermatófitas, albume, cotilédone radícula etc., ou também como sendo o resumo das qualidades do ser vegetal, armazenadas em pequenos e resistentes invólucros, que constituem a potencial continuação da espécie que representa. A maioria, não a totalidade dos vegetais, depende das sementes para garantir sua perpetuação e por isso desenvolvem mil estratagemas para que possam sobreviver aos ataques de outros seres vivos e da adversidade ambiental.
As sementes da erva de passarinho (Phoradendron affine Nutt) constituem, com seu envoltório, alimento para os pássaros. Elas não são atacadas pelos sucos gástricos e sobrevivem incólumes sendo semeadas onde quer que os pássaros defequem. Segundo Baccaro, na Itália as formigas às vezes são responsáveis por semear alcaparreiras em locais inusitados. Na foto, feita em Brasópolis, MG, vemos uma formiga atacando o conteúdo da baga onde estão alojadas as sementes. A direita um provável coleóptero disputando alimento.
Em qualquer cultura comercial a multiplicação da espécie considerada é a atividade mais importante e, às vezes, a mais dispendiosa. Como exemplo citamos a oliveira. Uma muda de qualidade em idade de transplante para o lugar definitivo pode custar R$15,00 ou R$20,00.
O cultivo da alcaparreira no Brasil, tendo em vista que somente agora está sendo implementado, esbarra na dificuldade de multiplicação em quantidade para suprir o mercado. Talvez os órgãos estatais devessem preocupar-se em produzir mudas para disseminar a espécie. A multiplicação utilizando sementes tem se mostrado ineficaz devido ao baixíssimo percentual de germinação. Mesmo as sementes importadas da Itália, tratadas com pirimiphos-metil 5%, classe III, e ditane S-60, classe III, certificam somente 60% de germinação e experiências feitas com esse material não resultaram em mais do que 5% de germinação efetiva! (continua)

Um comentário:

  1. Ola Sr Sérgio.
    Concordo realmente com o Sr. quando diz, que os orgãos de pesquisa do governo, deveriam abraçar esse desafio de estudar a multiplicação da espécie em questão. Acho ao meu ver, que é falta de visão.
    Parabéns pelo blog!
    att
    Alexandre Rusig

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