ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
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terça-feira, 16 de julho de 2013

90. ALCAPARRAS (23) (MULTIPLICAÇÃO)



Quando iniciei a dificil tentativa de multiplicar as alcaparreiras em nosso clima e solo, desde logo encontrei a barreira que me pareceu intransponivel, de fazer germinar as sementes e conseguir que a plântula prosperasse em seu crescimento. Para isso distribui sementes para que alguns amigos me ajudassem nessa tentativa. Ao que eu saiba foram tentativas frustadas. Por essa razão após a desilusão de várias tentativas de multiplicação sexuada resolvi que a única solução poderia ser a multiplicação assexuada, isto é, através da divisão celular.

Esse método, já usado há muito tempo para orquídeas e outros vegetais, teria a vantagem da economia de tempo, uma vez que em um laboratório apropriado se poderia fazer milhares de clones, possibilitando um plantio comercial em prazo curto. Nesse sentido procurei nos organismos públicos e privados alguem que se interessasse numa parceria para resolver o problema. Não encontrei ninguém.

Nesse meio tempo visitei a cidade de Santiago del Estero, na Argentina, onde um médico, Dr. Angel Rico e seu filho, já haviam implantado um pequeno laboratorio e estavam produzindo plantulas assexuadas e fornecendo a agricultores locais e tambem exportando, tudo isso com pouco ou nenhum apoio oficial.

Para não desistir totalmente da empreitada e na desesperança de qualquer ajuda oficial para a realização da multiplicação assexuada, experimentei forçar a germinação utilizando perlita e caixas fechadas de plástico como se vê nas fotos, conforme já relatado em outra postagem. A experiencia resultou e, vencida essa etapa, resta cuidar para que as plantas vegetem saudaveis e cresçam.


Dessa singela história poderemos tirar algum ensinamento, ainda que seja somente especulação, baseado na genética da evolução. A alcaprreira vegeta há milenios em um clima semiárido e solo calcáreo vulcânico. É transportada para uma região tropical, portanto mais húmida e com terras ácidas. No jargão dos evolucionistas, a planta ficará estressada e portanto predisposta a sofrer mutações e variações no sentido de se adaptar ao novo ambiente. Notar que se utilizarmos somente clones de plantas ainda não aclimatadas esse fato não ocorre submetendo o vegetal ao ataque de fungos e insetos contra os quais ele ainda não tem defesa. Utilizando sementes ocorrerão mutações e variações em beneficio da planta. Acredito que a genética evolucionista deva aconselhar que essas aclimações sejam feitas sempre utilizando a multiplicação sexuada.

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