ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
Envie para o autor suas dúvidas sobre plantio, colheita e cura da alcaparra e o seu uso no preparo dos pratos.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

89. ALCAPARRAS (22)


Por que cobrir? 
Quando se percorre a Ligúria, na Itália, ou o que se poderia chamar de Alpes Marítimos Italianos, no entorno de Ventimiglia e adiante, nota-se, nas encostas íngremes dos contrafortes dos Alpes, muitas “estufas” com armações de ferro e cobertas de vidro que, às vezes, são caiadas ou pintadas de branco. São proteções contra os ventos e baixas temperaturas necessárias para o cultivo de hortaliças e outros vegetais. Constituem-se em construções antigas, de custo elevado, quando ainda não se dispunha dos plásticos transparentes modernos a prova de URV.

Nos países frios, onde o inverno rigoroso pode trazer neve abundante, torna-se evidente a necessidade de proteger as culturas que, de outro modo, pereceriam ou estariam em hibernação. Porque, então, proteger os vegetais em latitudes onde o clima impõe temperaturas amenas? Existe uma carrada de razões, se não vejamos:
  1. Chuvas em abundancia, cuja umidade facilita o aparecimento de fungos, como o fusário e outros fungos.
  2.  Queda de granizo, que poderá ocasionar a perda total da produção da horta e inutilizar ou ocasionar a perda de qualidade dos frutos.
  3.  Insolação em excesso, que poderá “queimar” as verduras de folhas.
  4. Em plantações não protegidas a infestação de insetos será sempre mais facilitada.

Outras razões ainda existem, entretanto o que foi dito, nos basta para embasar o argumento da necessidade de cultivar certos vegetais em condições de monitoramento de temperatura e umidade. É evidente que, por enquanto, não existem condições de aplicar essa sistemática em plantações muito extensas como roças de milho, soja e quejandos, mas dia virá que também isso será realizado.

Há mais de dez anos, quando iniciei o cultivo das alcaparreiras, providenciei a cobertura das plantas porque em seu local de origem esses vegetais estão adaptados em um regime de chuvas, próprio de clima semi-árido, com invernos frios e secos e verões com chuvas parcimoniosas.
Essa solução mostrou-se, através dos tempos, apropriada uma vez que não tivemos nesses mais do que 13 anos nenhum ataque fúngico como ocorreu no Uruguai com essa cultura. Como se sabe a umidade que permanece nas folhas do vegeta,l por muito tempo, pode vir a facilitar o aparecimento e desenvolvimento de fungos que, muitas vezes, atraem insetos e essa dicotomia  é prejudicial ao desenvolvimento do vegetal chegando a inviabilizar totalmente a produção. Note que no caso das alcaparreiras não se deve aplicar inseticidas e nem fungicidas, não permitidos pela boa técnica, durante a produção dos botões florais.

Por todos esses motivos meu amigo e consultor técnico, eng. Rodrigo Veraldi, que tem a primazia como  produtor de vinhos de qualidade na Serra de Campos do Jordão, adotou a cobertura de suas videiras, tanto para protegê-las da umidade excessiva como também dos pássaros vorazes.


Para finalizar vejam, nas fotos acima, uma maneira bastante barata de construir essa cobertura. O plástico poderá ser de espessura 100 ou 150 micra e com proteção URV. Os apoios foram construídos com um moirão de cerca comum, onde foi encaixado e pregado em sua extremidade superior um pedaço de caibro. O arco, que suporta o plástico, foi feito com ferro de construção 3/8’, coberto com um tubo preto de pvc de ½’ .  Um conjunto de dois apoios é suficiente para até 10m de extensão. O plástico deverá ser amarrado conforme mostra a foto C774.

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