ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

42. Meio ambiente (2)

Trinta anos atrás eu tive no sítio um casal de caseiros, gente simples, da roça, com pouca ou nenhuma escolaridade. Moravam em uma casa de quarto, sala, cozinha e banheiro e cozinhavam em fogão a lenha que servia também para aquecer a água para o chuveiro. A casinha ficava praticamente no meio do pasto onde tambem ficavam as vacas de leite “pés duro”, de 5 litros por dia. Isso quando não perdiam alguma teta por mastite, aí davam somente 3 litros.
Após alguns meses resolvi dar uma espiada no pasto ao redor da casa. Na direção da janela da cozinha o local estava cheio de lixo. Sacos plásticos, latas de óleo vazias, latas de massa de tomate, enfim, uma porcaria. Quando uma embalagem qualquer esvaziava, a mulher do caseiro simplesmente jogava pela janela, sem muita força! E se uma vaca comesse um daqueles plásticos junto com o capim? (não me venha dizer que ela daria leite no saquinho!)
Num primeiro momento pensei em repreender o empregado, mas em seguida percebi que a culpa era minha. Eu não poderia copiar o poder publico que proíbe que se jogue lixo aqui e acolá e não prevê locais apropriados para esse despejo.
Estabeleci, então, locais adequados para o lançamento dos materiais inservíveis que depois eram levados para a cidade. Na cidade a prefeitura juntava com o lixo recolhido e jogava tudo no mato de novo. Nos trinta anos que se passaram quase nenhum progresso foi feito nesse sentido. Ainda continuamos a amontoar nosso lixo doméstico em grandes aterros, só que agora, dizem, com toda a tecnologia e enorme despesa para os cofres públicos.
Os detritos que produzimos inclusive nosso cocô, têm que ser sabiamente reciclado sob pena de sermos obrigados a viver de permeio à sujeira como acontece na periferia das cidades do Brasil onde pouquíssimo lixo é tratado e o cocô, quando coletado, é lançado in natura no rio mais próximo. Uma vergonha. Vai demorar para que essa gente inculta que comanda o país apreenda que a separação do lixo deve ser feita no local de origem, como no Japão. (Continua)

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