ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
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quinta-feira, 21 de abril de 2011

25. Produção de Óleos aromáticos por arraste de vapor (1).



Perfume ou fragrância é a emanação sutil das substancias que possuem essências agradáveis ao nosso sentido olfativo. Nós somos muito sensíveis aos odores, bons ou ruins. Lembro de minha infância, no alto da Lapa em São Paulo, quando eu fazia coleção da linda folhagem “coleus”, planta da família das labiadas que apresentam folhas de diversos padrões e cores. Além das cores, elas também têm um tênue perfume que ficou indelevelmente fixado em minha memória. Quando, por acaso, sinto novamente essa fragrância brota em minha mente todas as histórias das peripécias para conseguir novas e diferentes variedades de “coleus”. Um simples perfume é capaz de evocar reminiscências de um passado impossível de ser alcançado sem essa ajuda. Quem é do tempo em que se usava lança perfume “Rodouro” e “Colombina” durante o carnaval –e naquela época ninguém era trouxa de cheirar para se drogar, nem se falava disso- ao sentir o mesmo perfume revive as emoções da juventude. Emoções e perfumes são armazenados juntos em nossa memória.
A indústria do perfume é tão antiga quanto a própria história humana. Antes até de haver quaisquer resquícios de escrita, o homem já fazia uso dos perfumes vegetais para disfarçar seu próprio cheiro, fato esse comprovado por achados arqueológicos. A origem do uso da mirra e do sândalo perde-se na imensidão do passado. A arte de extrair perfumes teve seu começo na antiga mesopotâmia, mas certamente floresceu no Egito que ainda hoje é o celeiro das mais inusitadas fragrâncias.
Tempos atrás estive na terra dos Faraós vendo todos aqueles monumentos ciclópicos. De repente invadiu minhas narinas um aroma penetrante, quase divino, que me fez imaginar Cleopatra em seu leito, cercada de pajens e, naturalmente, sem o Julio Cesar para atrapalhar.
Bem próximo haviam várias acácias floridas. Centenas de pequenos pompons amarelos como o da nossa conhecida mimosa, mas com um perfume celestial, perfeito. Os aromas têm o condão de nos fazer viajar, de conduzir nossos sonhos, de limpar nossa mente e de, às vezes, fazer cócegas em nosso ego. Daí por que a Aroma-terapia tem prosperado e hoje sustenta uma indústria crescente de fragrâncias.
Na foto, amostras de óleos que retiramos por arraste de vapor, processo que passaremos a descrever. (continua)



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