ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

83. CÓDIGO FLORESTAL



A Reforma de Martinho Lutero visava, principalmente, a tradução da Bíblia do latim, língua que o povo não entendia, para o alemão, que todos falavam. Ele acreditava que as pessoas deveriam compreender os preceitos, as leis de Deus, não através de representantes que as interpretassem, mas lendo diretamente do Livro Santo.

Pois é, as leis do novo Código Florestal brasileiro foram definitivamente sancionadas pela nossa preclara presidente, e interferem, doravante, com as atitudes de todos nós que moramos neste belo país. Mais importante do que obedecer às leis de Deus cujo castigo pela desobediência se paga com três Ave-Marias, será obedecer ao novo Código porque as infrações se constituem em multas pesadíssimas, às vezes incompatíveis com o crime cometido e chegam até a prisão quiçá inafiançável. A Bíblia, em nosso idioma, nos ensina de maneira clara o que podemos ou não fazer, afinal foi escrito sob inspiração divina.   Já o novo Código Florestal ainda eu não sei.

Todos nós interagimos, a cada momento, com o meio ambiente e, portanto temos que saber as novas regras, os pecados e as penas, para que não tenhamos o dissabor de uma autuação por descumprimento das medidas coercitivas para salvar a ararinha azul de rabo curto. Nessas condições procurei na internet o tal Código para comprar. Todo código que se preza deve ser conciso e preciso, portanto um livrinho de poucas páginas, um opúsculo. Não achei nada mais em conta do que R$40,00 o exemplar, é verdade que dizia na oferta do produto que era um código comentado. Hum! Se for necessário comentário para ser entendido estamos fritos. Deve ter sido escrito em linguagem cifrada cujo entendimento necessita de tradução e, naturalmente, cheio de siglas. Deus nos ajude!

Inobstante, é um assunto de relevada importância, mas assim não foi entendido pelos poderes incompetentes porque, tão logo sancionada a lei, deveria o governo estar com no mínimo dez milhões de exemplares desse famigerado código para o conhecimento geral, ainda que fossem vendidos ao povo a preço de custo. Porém nem tudo está perdido. Daqui a dois anos teremos eleições para deputados e senadores.  Certamente algum deles irá mandar editar o tal código com seu, meu, nosso dinheiro e o distribuirá gratuitamente entre seus eleitores, naturalmente com sua propaganda na primeira página. Até lá todo cuidado é pouco. 

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