Após
quinze anos de trabalhos, no sentido de adaptar a caparis spinosa (inermis) em
clima e terreno do Sul de Minas Gerais, conseguimos selecionar duas plantas
originadas das variações obtidas pela multiplicação sexuada. Com uma dezena de plantas no ano 2000
obtivemos sementes decorrentes da polinização aleatória entre essas plantas.
Naturalmente, as alcaparreiras originadas dessa multiplicação sofreram
variações mercê do estresse causado pela adequação ao novo terreno e clima. Em
decorrência obtivemos uma diversidade de desempenhos. Algumas plantas se
desenvolveram mais mofinas, outras com folhas menores ou cujos botões florais
se abriam mais cedo, outras ainda, com sistema radicular enfraquecido e que,
por isso, sofreu o ataque de fungos e insetos.
Nossa
esperança é que aparecesse alguma variação adaptada, mais vigorosa, cuja
produção pudesse responder as nossas necessidades e isso aconteceu. Há três
anos selecionamos duas plantas às quais chamamos de BR 1 e BR 2
(fotos 443 A e 441
A) e a partir daí iniciamos a
multiplicá-las utilizando a estaquia de brotações herbáceas. Naturalmente a
clonagem utilizando o meristema seria o ideal, mas não tivemos acesso a esses
serviços.
As
fotos 447 A e 446 A,
mostram duas estacas da BR 2 com dois
anos e meio, muito vigorosas e já produzindo. Abaixo, fotos 449 A, 452 A e 453
A são de estacas, também da
matriz BR 2, com um ano e meio,
vigorosas e já produzindo.
Escolhidas
essas plantas matrizes, poderíamos utilizá-las para a produção de sementes
originadas de polinização cruzada ou auto-fecundação. Entretanto por alguns
motivos que fogem ao escopo deste trabalho, é mais aconselhável utilizar clones
das plantas madre.
Na
postagem anterior apresentamos alcaparras compradas em um supermercado
Italiano, conservadas no sal. O objetivo foi comparar paladar e cheiro com as
que produzimos no sítio São Camilo para averiguar se a diferença de clima e
terreno poderia alterar aroma e sabor. Submetemos a apreciação de algumas pessoas
familiarizadas com o condimento e as alcaparras produzidas aqui superaram às
provenientes da Itália. Penso que seja por que são mais frescas. O objetivo foi
atingido, agora temos que difundir a cultura para que as pequenas propriedades
familiares possam suprir o consumo brasileiro, que é bastante significativo, e
com isso também aumentar sua renda viabilizando a sua vida no campo. 10/10/2015.
Nenhum comentário:
Postar um comentário