A foto 8545 mostra a plantação de
alcaparreiras. Como estamos no mês de julho, inverno, o normal seria que as
plantas estivessem em dormência e quase sem folhas, identicamente às videiras,
e de fato algumas estão. As plantas das fotos 8553, 8554 e 8555, com mais de 10
anos, estão dormentes e quase sem folhas, aguardando a poda que farei
provavelmente neste minguante de julho. As outras são plantas mais novas, de dois
e três anos, e estão vegetando, florescendo e produzindo botões florais e
sementes como se estivessem na primavera/verão. Na experiência que fiz do ano
2000 a 2004 (livro “O cultivo de alcaparreiras”), essas mesmas plantas, hoje
com mais de 12 anos, também floresceram fora de época, mas parece que
“apreenderam” ou se adaptaram ao clima e hoje entendem que seu necessário
descanso obrigatório pode ser realizado neste nosso inverno mais ameno, com
temperaturas, às vezes, acima dos 25 graus, o que não acontece, absolutamente,
nos locais de origem onde as estações do ano são bem determinadas, e a
temperatura no inverno é bem mais baixa.
É temerário se dizer que uma planta tem
a capacidade de apreender em uma época que se discute se os animais têm essa
capacidade de per si. Talvez se possa
dizer que se adaptaram ao clima e solo, o que é a mesma coisa e preconcebe um
sistema de detecção das variações do ambiente e conseqüente correção dos
hábitos. Uma loucura, se pensar bem. Deixo aos especialistas mestres e doutores
essa pesquisa. A minha conclusão é que a alcaparreira está se aclimatando,
combatendo seus novos algozes, fungos vírus e bactérias, além dos insetos e
logo poderá se transformar em uma invasora, para felicidade daqueles que gostam
de peixe ao molho de alcaparras. Julho 2014.