Quando iniciei a dificil tentativa
de multiplicar as alcaparreiras em nosso clima e solo, desde logo encontrei a
barreira que me pareceu intransponivel, de fazer germinar as sementes e
conseguir que a plântula prosperasse em seu crescimento. Para isso distribui
sementes para que alguns amigos me ajudassem nessa tentativa. Ao que eu saiba
foram tentativas frustadas. Por essa razão após a desilusão de várias
tentativas de multiplicação sexuada resolvi que a única solução poderia ser a
multiplicação assexuada, isto é, através da divisão celular.
Esse método, já usado há muito
tempo para orquídeas e outros vegetais, teria a vantagem da economia de tempo,
uma vez que em um laboratório apropriado se poderia fazer milhares de clones,
possibilitando um plantio comercial em prazo curto. Nesse sentido procurei nos
organismos públicos e privados alguem que se interessasse numa parceria para
resolver o problema. Não encontrei ninguém.
Nesse meio tempo visitei a cidade
de Santiago del Estero, na Argentina, onde um médico, Dr. Angel Rico e seu
filho, já haviam implantado um pequeno laboratorio e estavam produzindo
plantulas assexuadas e fornecendo a agricultores locais e tambem exportando,
tudo isso com pouco ou nenhum apoio oficial.
Para não desistir totalmente da
empreitada e na desesperança de qualquer ajuda oficial para a realização da
multiplicação assexuada, experimentei forçar a germinação utilizando perlita e
caixas fechadas de plástico como se vê nas fotos, conforme já relatado em outra
postagem. A experiencia resultou e, vencida essa etapa, resta cuidar para que as
plantas vegetem saudaveis e cresçam.
Dessa singela história poderemos
tirar algum ensinamento, ainda que seja somente especulação, baseado na
genética da evolução. A alcaprreira vegeta há milenios em um clima semiárido e
solo calcáreo vulcânico. É transportada para uma região tropical, portanto mais
húmida e com terras ácidas. No jargão dos evolucionistas, a planta ficará
estressada e portanto predisposta a sofrer mutações e variações no sentido de
se adaptar ao novo ambiente. Notar que se utilizarmos somente clones de plantas
ainda não aclimatadas esse fato não ocorre submetendo o vegetal ao ataque de
fungos e insetos contra os quais ele ainda não tem defesa. Utilizando sementes
ocorrerão mutações e variações em beneficio da planta. Acredito que a genética
evolucionista deva aconselhar que essas aclimações sejam feitas sempre
utilizando a multiplicação sexuada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário