ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
Envie para o autor suas dúvidas sobre plantio, colheita e cura da alcaparra e o seu uso no preparo dos pratos.

sábado, 21 de dezembro de 2013

95. Eucaliptos (urograndis).



Vamos aproveitar as chuvas mais constantes deste inicio de verão para plantar mais 4000 mudas de eucaliptos Urograndis GG 100 que, de acordo com nosso fornecedor das mudas clonadas, tem sua indicação para usos gerais e em especial para serraria.
A foto 8076 mostra o terreno onde serão plantadas as mudas. Trata-se de terreno que há mais de 20 anos foi semeado com baquearia e tem servido de pasto durante todo esse tempo sem cuidados especiais. Devido ter sido pisado e repisado pelo gado tornou-se um solo endurecido onde, também por causa a declividade, penetra pouca água das chuvas.
Decidimos plantar utilizando um espaçamento de 3x2 metros, e para facilitar o plantio passamos o trator com aiveca a cada 3 metros seguindo aproximadamente as curvas de nível. A idéia é plantar sobre a leira de terra fofa acumulada a cada 2 metros, o que nem sempre é possível porque não é fácil para o tratorista fazer uma curva de nível perfeita devido ao movimento do terreno.  Nessas condições, para que a plantação fique  alinhada utilizamos estacas de bambu para marcar o local das covas e corrigir se for preciso.
As covas e imediações serão calcariadas a lanço por ocasião da colocação da muda na cova. O adubo recomendado é o 6-30-6, colocado na cova mantendo distancia das raízes. Como não estamos usando nenhuma substancia para manter o solo úmido, inclusive por causa do custo, permanecemos aguardando as chuvas do verão se tornarem mais constantes no mês de janeiro.  

Após uns 2 meses vamos fazer a cobertura com um adubo 20-0-20 e, possivelmente iremos experimentar este ano usar um adubo foliar seguinte: Phosca, boro e zinco, diluído em água para pulverização.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

94. GELÉIA DE GRUMIXAMA ( eugenia brasiliensis).



A origem do nome grumixama, segundo o vocabulário Tupi-Guarani, do Silveira Bueno, provém de “guamichã”, o que pega na língua. Na verdade a fruta quando madura não é muito adstringente, ao contrario, é bastante palatável. Note-se que hoje, em palavras com origem tupi-guarani troca-se o ch por x, portanto guamixã.

A Eugenia Brasiliensis é uma árvore mirtácea de porte pequeno a médio que se distribui por toda a mata atlântica. É altamente produtiva e às vezes produz duas floradas por ano. O motivo de ser ainda escassamente cultivada deve-se a pouca polpa e também a película da casca um pouco grossa, naturalmente qualidades que poderão ser melhoradas.


Presta-se para confecção de geléia como se vê na foto 8046, muitíssimo fácil de fazer. Colocar 600g de frutas com pouquíssima água e deixar esquentar. Antes de levantar a fervura retirar do fogo e através de uma peneira ou de um espremedor de batatas retirar o que for possível da polpa. Descartar as cascas e os caroços. Levar ao fogo com uma xícara de açúcar cristal e o suco de meio limão. Reduzir para um terço. Está pronta a geléia com gosto inusitado de Grumixama.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

93. Grumixama, Lichia e Alcaparras



















A velocidade do tempo que passa é diretamente proporcional à idade que temos. Já estamos batendo à porta do Natal de 2013. Nesta época, nossa ascendência européia nos faz pensar em nozes, avelãs, castanhas e amêndoas, sementes oleaginosas próprias para se comer durante o inverno, às vezes rigoroso, no velho mundo. No Brasil o inicio do verão tem se caracterizado por temperaturas acima dos 30 graus centigrados, tornando totalmente impróprio o consumo exagerado de sementes ou frutas secas. Nós temos um sem número de frutas tropicais com excelente qualidade e preços razoáveis mas, ainda seguindo a tradição, procuramos por cerejas cujo preço atinge soma estratosférica. Pergunto: por que não desenvolvemos a nossa cereja genuinamente brasileira, natural da mata atlântica, a grumixama?  Vejam na foto 8040 o tamanho e a qualidade dessa fruta ainda desconhecida dos brasileiros. Ela ainda tem uma casca um pouco grossa e pouca polpa se compararmos às cerejas. Ocorre que precisam ser desenvolvidas e melhoradas. As cerejas em sua origem também não eram como agora se apresentam. Vai aí um recado à Embrapa. Que tal trabalhar acreditando nessa nossa fruta?

Este ano não colherei lichias no natal. Na foto 8042 vemos o anverso das folhas da planta todo tomado por um provável fungo parecido com a camurça que ataca galhos das cítricas. O fungo deforma as folhas e ataca também os frutos. Como as árvores são muito grandes a pulverização se torna um tanto trabalhosa. Estou estudando uma solução. Se algum seguidor souber como eliminar a praga, por favor, entre em contacto.

Este é um blogue que, em sua essência, trata do assunto alcaparras.  Temos visto como é difícil fazer germinar as sementes, mas principalmente, uma vez germinadas, conseguir que as plântulas vinguem. Pois bem, lavamos as caixas que usamos para semear alcaparras e as sementes que não germinaram (em um ou dois anos), as vezes caem ao chão juntamente com a água da lavagem e escorre pelo cimentado, em geral mantido seco  Três sementes que pararam em uma nesga de terra de uma rachadura do cimentado ali nasceram e estão se desenvolvendo! Essa é uma prova insofismável que as alcaparreiras poderão se tornar plantas invasoras em nosso país, em locais de pouca umidade e baixo índice pluviométrico, isto é, em um clima semi-árido. Não sei o que as entidades governamentais estão esperando para introduzir alcaparreiras em nosso nordeste, tanto para deixarmos de importar como para fixar o sertanejo no campo. A bolsa “qualquer coisa” não é solução sustentável muito menos ética ou moral. O sertanejo precisa de apoio para trabalhar e ganhar e, certamente, a alcaparreira poderia ajudá-lo.