ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
Envie para o autor suas dúvidas sobre plantio, colheita e cura da alcaparra e o seu uso no preparo dos pratos.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

92. ALCAPARRAS (24)

   FOTO 1                                                                                                FOTO 2     

   FOTO 3                                                                                                      FOTO 4

Em 2010 participei da Bienal do Livro de São Paulo onde apresentei dois livros e um deles é o que aparece na figura nº 2. Na ocasião tive contacto com um estudante de agronomia que estava chegando de Portugal e trazia a idéia de pesquisar e escrever sobre alcaparreiras. Naquele burburinho, que sempre sucede nesses eventos, conversamos um pouco sobre a matéria e não mais tive contacto com a pessoa. Comentei, na ocasião, que Portugal, no caso o Algarve, seria um lugar apropriado para o desenvolvimento do arbusto em questão.

Neste ano de 2013 recebi um precioso e-mail de Alexandra Abreu F. Lima, bióloga e investigadora do INIAV, Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, de Oeiras, Portugal.  Disse-me ela que estava a pesquisar uma cultura alternativa para a utilização de terrenos semi-áridos existentes em Portugal e que a subutilizada cultura da alcaparreira poderia se tornar uma das soluções viáveis para o aproveitamento de terrenos pobres e secos. Para essa pesquisa havia utilizado meu livro editado em 2009.

É evidente que fiquei muito satisfeito por meu despretensioso opúsculo ter chegado à Europa e contribuído para difundir o cultivo de alcaparreiras, principalmente em Portugal, a segunda pátria dos brasileiros. Recebi da Alexandra o pôster da foto nº 1, e também fiquei sabendo que, provavelmente, existem somente dois livros sobre o cultivo de alcaparras no idioma português. Um editado em 1943, fotos 3 e 4, e o meu de 2009.

Agradeço a Alexandra por me haver enviado, em PDF, o estudo de J. Mira Galvão que em 1943, em plena segunda guerra mundial, fez editar o precioso livro cuja leitura para mim assemelhou-se a um trabalho de arqueologia. Entretanto é um livro atual e, vejam, naquela época aconselhou a utilizar a região do Algarve para cultivar o condimento, exatamente o que sempre acreditei como solução.

91. NOZ MACADÂMIA (2)

   

A natureza tem, nesses milhões de anos, fixado os representantes vegetais em locais de clima e solo que lhe são favoráveis, onde desenvolvem defesas contra predadores ou apreendem a viver em simbiose. Nós, homens, somos incansáveis em transplantar flora e fauna de um lugar para outro para nossa satisfação ou lucro. Decorrente desse transplante muitas vezes temos que ajudar o vegetal recém mudado em sua luta para combater seus novos predadores para os quais ainda não têm defesas.  

A macadâmia vegeta na Austrália, sua terra natal, saudável e produtiva. A permanência naquelas plagas por milhares de anos possibilitou sua adaptação aos predadores tais como fungos ou insetos. A adaptação dessa árvore no Brasil, ou melhor, no Sul de Minas Gerais, não tem sido muito fácil, mas vale a pena a tentativa porque seu fruto, uma nós de casca muito dura, tem uma semente comestível saborosa.

Em outra postagem narrei a luta para vencer o ataque da abelha Arapuá (abelha de cachorro, trigona ruficus), que continua atacando e enfraquecendo a árvore. Na foto 7814 se pode observar a árvore mofina com muitas folhas atacadas pela abelha arapuá. Na foto 7816 a seta amarela mostra o fruto redondo. As flechas vermelhas indicam um novo predador, que se pode ver melhor na foto 7818. Trata-se de um fungo conhecido por camurça e que ataca também as cítricas. Esse fungo tem o aspecto e a cor da camurça, daí o nome popular. Ele se espalha rapidamente pelos galhos mais finos e caso não seja combatido colocará em risco primeiro os galhos finos e depois toda a planta.


O combate deve ser feito sobre o fungo com pulverizações de enxofre pó molhável.