ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
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segunda-feira, 24 de setembro de 2012

80. CUPIM (EUCALIPTO)




Quem sai de São Paulo em direção ao Rio pela rodovia Airton Senna verá, principalmente no lado direito, pastos repletos de cupinzeiros como se fossem de propósito plantados (foto 1). São centenas e, em alguns lugares, milhares, quase um em cada metro quadrado. São terrenos utilizados para a criação de gado durante muitos anos, cujo solo, apiloado pelas patas dos animais, não vê um arado há muito tempo. Em decorrência do endurecimento do solo e o ataque dos cupins a vegetação, às vezes braquiária, cresce mofina e as águas das chuvas, sem poder penetrar no solo duro, escorre rapidamente para as vossorocas.

Grandes extensões sem árvores. Nenhum bosque onde possam sobreviver alguns tamanduás, tão necessários para fazer o controle dos cupins que se multiplicam de uma forma assombrosa. Esses pastos estão, com certeza, abandonados ou subutilizados e a prova maior é o grande número de cupinzeiros. Um pasto cuidado necessita, de tempos em tempos, de um subsolador para afofar o terreno e permitir a penetração das águas pluviais e nessa hora, certamente, os cupinzeiros seriam destruídos. Os cupins vivem das raízes das plantas.
Quem pretender iniciar um reflorestamento com eucaliptos não deverá se preocupar somente com formigas saúvas; estas cortam a parte aérea das mudinhas. Os cupins devoram as raízes. Para minimizar o ataque de cupins durante a plantação é necessário colocar, na cova, juntamente com o adubo de enraizamento, um pouco de cupincida em pó. Apesar desse cuidado às vezes poderá acontecer de alguma mudinha secar logo no primeiro mês após a plantação. Pode ocorrer também um desenvolvimento lento, não acompanhando o ritmo das outras plantas e isso se deve ao ataque de cupins. Na foto 2 temos uma muda recém plantada seca. Ao arrancá-la da terra veio junto um cupim agarrado a sua pequena Raiz. A foto 3 mostra a raiz de uma planta com três meses fortemente atacada por cupins que roeram completamente suas raízes.

As perdas decorrentes do ataque de cupins, em um reflorestamento com eucaliptos, podem ser assaz relevantes se levarmos em conta as árvores que tem seu crescimento retardado por ataque de cupins em suas raízes. Esses vegetais não chegam a morrer, mas têm seu desenvolvimento retardado em relação aos que lhe estão próximos perdendo, portanto, a insolação e, com a diminuição da fotossíntese permanecem vivos, mas não se desenvolvem.