ALCAPARRAS (CAPERS, KAPERN, CÂPRE, CÀPPERO).
O autor responde: sergio.di.petta@cmg.com.br
Envie para o autor suas dúvidas sobre plantio, colheita e cura da alcaparra e o seu uso no preparo dos pratos.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

30. Produção de óleos aromáticos por arraste de vapor (6)



Na foto vemos parte do laboratório onde estão instalados um condensador e uma dorna, além da válvula para fornecimento de vapor (atrás da dorna). Esse equipamento serve para extrações experimentais de pequenas quantidades de material quando se deseja medir os percentuais de óleos presentes no vegetal.
Todo o equipamento é feito em aço inoxidável, algumas partes não importante foram construídas em alumínio. É necessário que haja esse pequeno laboratório anexo à usina produtora porque a atividade de separar e filtrar os óleos e guardá-los necessita de um local limpo e livre do calor que normalmente existe na área de destilação.
Poluição ambiental: a primeira preocupação do projeto foi com o meio ambiente. A caldeira funciona a lenha produzida na propriedade que cultiva dois alqueires de eucaliptos para essa finalidade. Isso porque essa é uma energia renovável, com certeza mais ecológica do que queimar gás ou óleo combustível oriundo do petróleo. Alem disso, para pagar o pouco gás carbônico emitido a propriedade conserva mais de 20% em mata natural. Durante seu funcionamento diário, atualmente, a caldeira utiliza meio metro cúbico de lenha, um pouco mais do que um fogão domestico a lenha funcionando o dia inteiro.
A água utilizada para resfriamento e arraste do óleo provem de uma pequena mina e é filtrada e acumulada em uma caixa em aço inoxidável de 2000 litros.
Aquela utilizada para resfriamento, após retornar à temperatura ambiente é lançada em a natureza uma vez que nenhuma nova substancia lhe foi acrescentada. Existe projeto para construção de uma torre de resfriamento à fim de utilizar, praticamente, a mesma água para resfriar o produto da destilação.
A água utilizada para a extração do óleo que sai do condensador, depois de separada, ainda contém traços irrelevantes desse óleo. Essa água, após o resfriamento, é lançada em um tanque onde se criam tilápias, dourados e outros peixes. A saúde dos peixes indica se houve poluição.


quinta-feira, 19 de maio de 2011

29. Produção de óleos aromáticos por arraste de vapor (5)


A foto mostra à esquerda a dorna aonde será colocada a massa vegetal produtora de óleo. Qualquer vegetal que tenha algum perfume, algum cheiro, possui óleo essencial e pode ser retirado.
Vê-se em cima, pendurada, a tampa com a saída do vapor carreador (pescoço de cisne). Ao centro uma caixa, em aço inoxidável, de 500 l onde foi instalada, internamente, uma serpentina de tubo de aço inoxidável. A água fria entra no condensador por baixo, pelo tubo pintado de verde e sai por cima, no tubo pintado de azul, em cuja saída existe um medidor de temperatura.
O tubo pintado de branco conduz o vapor até a dorna e a alavanca amarela regula seu fluxo. Vê-se ali também um medidor de pressão –repetidor da pressão da caldeira- e a direita uma mangueira com vapor para limpeza do equipamento.
Escondido atrás do apoio do condensador está o vaso florentino, responsável pela separação do óleo da água formada pelo vapor condensado. Ao fundo uma lousa para marcação dos resultados obtidos e do horário.
A área foi projetada para suportar uma expansão da produção em 4 vezes, isto é, podemos ampliar para processar até 500 kg de material por vez. (continua)


sexta-feira, 13 de maio de 2011

28. Produção de óleos aromáticos por arraste de vapor (4)



O projeto deve começar pela caldeira mostrada na foto. Essa caldeira funciona a lenha de eucalipto e produz até 250 Kg de vapor/hora e essa produção determina o dimensionamento do restante do equipamento e, portanto, a quantidade de óleo produzida, naturalmente subordinada aos percentuais de óleo existentes em cada vegetal.
Ela foi instalada prevendo todas as seguranças necessárias. Dispõe de uma caixa de água de 500 L em aço inoxidável, sempre cheia, para a eventualidade de sobre-aquecimento da caldeira. Essa água tanto pode ser injetada na caldeira por uma bomba especial acionada por eletricidade como também podemos usar o próprio vapor da caldeira para essa finalidade. Tem um comando elétrico automático que aciona a bomba toda vez que o nível de água atinge o ponto mínimo, e também duas válvulas de segurança reguláveis para que a pressão nunca ultrapasse o nível desejado. A tiragem é feita por uma chaminé de cinco metros. Toda a água usada na caldeira é previamente filtrada e depois armazenada em caixas de aço inoxidável. A caldeira se localiza em uma construção especial e separada do local onde se encontra a dorna, o condensador e o laboratório. O vapor produzido é encaminhado por tubo subterrâneo, com isolamento térmico, e chega até o centro de utilização. Também o laboratório recebe vapor através de conduto isolado. (continua)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

27. Produção de óleos aromáticos por arraste de vapor (3).




Alguns anos atrás estive em Grasse, na França, perto de Nice. É a cidade do perfume, tradição secular. Lá visitei a indústria perfumeira, inclusive pude ver e fotografar os equipamentos históricos (ou pré-históricos) com os quais fabricaram, durante mais do que um século, os perfumes que se tornaram famosos em todo o mundo. Alguma coisa eu apreendi ali. Consultei também alguns livros, que me deram a base para iniciar o projeto.
A foto, feita em Grasse, França, servirá para dar uma idéia de como funciona o processo.
A esquerda aparece a dorna, de cobre brilhante, aonde vai o material do qual se pretende extrair o óleo. O vapor entra na válvula que está em baixo e ao lado esquerdo da dorna. O vapor aquecerá o material e carreará junto o óleo. O todo se expandirá pelo “colo de cisne” em direção ao condensador (cobre escuro), onde se condensará formando uma mistura de óleo e água facilmente separáveis por diferença de densidade. Segue-se um trabalho, no laboratório, de filtragem e concentração do óleo a 99,9%. Isso é tudo, depois vem a parte mais difícil, vender o produto com lucro. (continua)